Vetores - módulo, direção e sentido da nossa fé
sexta-feira, 2 de agosto de 2013
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Zé Bruno
segunda-feira, 27 de maio de 2013
Você encontrou o que queria?
Há um grande conflito em curso dentro de muita gente. Ouço pessoas e aconselho outras que carregam uma grande insatisfação no que diz respeito às suas conquistas pessoais. Fazem tudo certo e não sabem por que as coisas estão dando errado. Frequentam a Igreja nos dias certos, cantam do jeito certo, ofertam no lugar certo, oram com a perseverança e o fervor corretos, profetizam os textos que lhes ensinaram e tomaram posse da coisa certa. Porém depois de fazer tudo certo, veem diante de seus olhos um resultado diverso. Estão vivendo algo diferente do que desejariam viver.
Oramos, e servimos a Deus por resultados?
Qual dos dois está errado; o caminho que trilhamos ou a expectativa que criamos?
Qual dos dois está errado; o caminho que trilhamos ou a expectativa que criamos?
O evangelho triunfalista nos empolga, mexe com a nossa “fé”, e nos induz projetar nossa alegria no resultado que Deus pode nos dar, e não na graciosa pessoa que Deus é. Quando eu era garoto cantava;
“O brilho deste mundo se apaga ante ti, a glória desta terra nada é”. Hoje cantamos;
“Deus vai me dar o melhor desta terra, vou conquistar o mundo”.
“O brilho deste mundo se apaga ante ti, a glória desta terra nada é”. Hoje cantamos;
“Deus vai me dar o melhor desta terra, vou conquistar o mundo”.
Como é possível viver uma vida com Deus e não estar satisfeito?
Como pode alguém encontrar a salvação, a ressurreição e a vida e se sentir morto?
Temos Jesus e somos infelizes?
Mas ele não é a nossa alegria e a nossa realização? Ou nossa alegria e realização são as coisas que ele pode nos dar?
Será que não somos insatisfeitos por desejar ter o que Paulo disse que era esterco? Por projetar nossa satisfação em coisas que nunca satisfarão.
Como pode alguém encontrar a salvação, a ressurreição e a vida e se sentir morto?
Temos Jesus e somos infelizes?
Mas ele não é a nossa alegria e a nossa realização? Ou nossa alegria e realização são as coisas que ele pode nos dar?
Será que não somos insatisfeitos por desejar ter o que Paulo disse que era esterco? Por projetar nossa satisfação em coisas que nunca satisfarão.
Será mesmo que sua ansiedade por conquistas terrenas é a melhor coisa que Deus tem a te dar?
Tenho pensado e falado muito sobre isso. Tenho batido bastante nesta tecla. Servimos a Deus por convicção de fé, por rendição, por sermos salvos, por dependência, por gratidão e por que isso nos faz felizes, e não porque vamos conquistar posses ao segui-lo.
O que você procurava quando encontrou a Deus? Era o que você desejava? Era o que você buscava?
Jesus é tudo que você queria?
Jesus é tudo que você queria?
Jesus disse a seus discípulos que pra ele, comida e bebida, era fazer a vontade do pai e realizar a sua obra. Ele se satisfazia, se saciava, realizando a vontade do pai.
Como alguém pode dizer que é feliz por ter aberto mão de sua vontade para fazer a vontade de outra pessoa?
Não é comum ver alguém contando como testemunho com alegria o fato de que a sua vontade não foi feita, e sim a de Deus. Pra nós, testemunho feliz, é aquele onde podemos declarar que o que queríamos que acontecesse, aconteceu.
É possível que alguém busque a Deus porque está perdido, porque precisa de uma resposta, precisa de um livramento. Talvez a condição de derrota e perda levaram esta pessoa até ele. Quando esta pessoa o encontra, três coisas podem acontecer.
Primeira – tudo que se esperava aconteceu.
Segunda – aconteceu mais ou menos o que se esperava.
Terceira – não aconteceu nada do que se esperava.
Segunda – aconteceu mais ou menos o que se esperava.
Terceira – não aconteceu nada do que se esperava.
Qualquer que seja a alternativa, o mais importante é que descobrimos que a coisa mais incrível que nem procurávamos ou esperávamos aconteceu, nós o encontramos, encontramos a vida, encontramos Jesus.
Encontramos a sua graça, o seu perdão. Encontramos a reconciliação com Deus, o caminho de vida. Encontramos a sua vontade e o seu amor.
Melhor do que ter encontrado o Deus que pode fazer o que quero, é ter encontrado o Deus.
Ele é melhor do que o que ele pode nos dar. Ele é mais importante do que as coisas que ele pode realizar na terra. A sua obra de graça e redenção, é a coisa mais incrível que eu e você poderíamos ter encontrado.
Se o fato de termos encontrado o Reino não nos faz feliz é porque não temos ideia do que encontramos.
O Reino de Deus é como se um homem encontrasse um tesouro enterrado num campo. O tesouro é mais importante do que o campo. Ele trabalha e faz de tudo pra comprar o campo, não pelo campo, mas pelo tesouro.
Não se sinta insatisfeito pelo que você não conquistou. Não se preocupe se o que você esperava não aconteceu. O que você precisa não é o que você pensa que Deus pode te dar. O que você precisa já é o próprio Deus.
A nossa confusa religião (não sei se há alguma que não o seja, acho que não), quer nos induzir a uma satisfação relativa. Ela nos dita padrões de vida e de sucesso que mais se aproximam dos padrões doentes de uma sociedade perdida, do que dos padrões divinamente equilibrados do evangelho.
É nos imputado um padrão de felicidade religioso-triunfalista e nos comparamos a ele pra nos sentirmos fracassados ou bem sucedidos. E isso está errado.
Lembre-se de quem era e deixou de ser. Lembre-se de quem tinha e deixou de ter. Lembre-se de quem estava e deixou de estar. Lembre-se de quem nos disse “quem quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e me siga” .
Admita ao menos a hipótese de que ser, ter e viver o que Deus deseja, deva ser algo infinitamente melhor do que viver o que a nossa carne humana deseja.
Não sei se você sabia disso, mas sua alegria não depende de suas conquistas humanas, mas depende do fato de que ele te conquistou com amor na cruz.
Não sei se você já sabia disso, mas encontrar Jesus é encontrar tudo que você precisa.Talvez você não tenha percebido, mas ele é.
Cuidado pra não correr atrás do que você não precisa, pra ter a alegria que você não percebeu que já tem.
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terça-feira, 30 de abril de 2013
Pensando na Fé II
Fazia tempo que eu não visitava o blog, já
estava na hora de dar as caras.
Estive conversando na Igreja sobre a oração e
a fé. Estamos estudando o sermão do monte passo a passo e é muito desafiador
assumir o comportamento ditado por Cristo, por ser tão antagônico ao nosso
comportamento humano pecaminoso, decaído.
Dói demais assumirmos ser o que somos,
reconhecermos o que não somos e incorporarmos com naturalidade o que Deus quer
que sejamos.
Jesus disse que nossas orações não deveriam
ser como a oração dos gentios, que por incansáveis repetições pensavam que
seriam ouvidos. Deveríamos saber que nosso Pai que está no céu conhece nossas
necessidades antes mesmo de lho pedirmos.
Qual é o nosso problema?
Vejo a onda da prosperidade, da conquista e do
triunfalismo, arrastando multidões para uma busca pela fé e eu pergunto: Deus me chama para que eu o encontre e Ele
cumpra minha vontade, ou eu o encontro e passo ser instrumento da sua vontade?
Os gentios faziam orações longas e
repetitivas e achavam que essa insistência lhes traria sucesso em sua busca. De
novo me pergunto: Fé é orar muito pra receber, ou é orar pouco por ter a
certeza que Deus já sabe o que preciso?
É óbvio que perseverança é um elemento
presente em nossa caminhada cristã, mas eu me questiono outra vez: Devo perseverar
em viver a vontade de Deus ou perseverar em pedir o que quero até que ele mude
de ideia e me conceda a minha vontade?
A mim me parece que todos os dias somos
sugestionados a viver uma vida que não é a nossa vida.
O mercado nos sugestiona o que ter e o que
comprar. A sociedade me sugestiona um comportamento, um modo de vida. A classe
social na qual estamos inseridos nos sugestiona os bares e restaurantes que
devemos frequentar. O salário que ganhamos nos sugestiona o carro que devemos
ter e o tipo de gente com as quais devemos nos relacionar. Os amigos nos influenciam, cobram nossas ações
e reações e somos sugestionados a ter um comportamento aceitável no clã. Nosso
diploma nos sugestiona, nossa idade nos sugestiona, e se essas e muitas outras
situações não fossem suficientes ainda somos tentados pela nossa própria cobiça
e sugestionados todos os dias e pelo diabo que nos rodeia.
Depois de tudo isso vem a religião, a “malfadada”
religião que nos sugestiona a viver, ter, ser e crer em coisas que nem sabemos
se precisamos. Ela diz que seremos
opróbrio se não recebermos uma promoção, que não nos sentiremos abençoados se
não trocarmos de carro. Ela nos ensina a fazer luta espiritual pra que Deus nos
conceda bens, e diz que quando os temos é porque Deus nos honrou e se não os
temos estamos em desonra.
Tem coisa pior. Tem a roupa evangélica, a
moda evangélica, a música evangélica, os programas evangélicos nas rádios
evangélicas e nas Tvs evangélicas. Malharia gospel, restaurante gospel, show
gospel, moda gospel, corte de cabelo gospel feito pela cabeleireira gospel. Tem
o advogado gospel e o médico gospel. Devo comer na cantina gospel da Igreja e
votar em candidato gospel.
Tem bancada evangélica e opinião evangélica,
e você tem que engolir.
Gravadora gospel, porto de gasolina gospel.
Condomínios evangélicos e cemitérios evangélicos.
Você acha que a religião não nos sugestiona?
Jesus nos livrou da maldição da lei, mas a
gente sempre encontra outras pra nos enfiarmos de novo. O conselho de Paulo aos
Gálatas precisa ser entendido no seio de nossas comunidades. Fomos chamados
para a liberdade, não podemos de novo nos sujeitar a um novo jugo de
escravidão.
Deus sabe o que precisamos. O Logos de Deus é
tudo que precisamos pra viver. Nossa ansiedade deve ser aplacada pela
verdadeira fé na ciência e provisão de Deus. Nossa perseverança em servi-lo
deve ser nossa marca. A sua vontade em nós e não a nossa nele, deve ser o nosso
desejo.
É bem isso que diz a oração que Ele nos
ensinou. Primeiro honrar seu nome, depois desejar o seu reino, depois pedir a
sua vontade. Só precisamos do pão de cada dia que alimenta nosso corpo, e o
perdão que nos restitui a comunhão e vida.
Sei lá, acho que é isso...
terça-feira, 26 de março de 2013
Disposição e Compaixão
Estava
pensando na passagem em que Jesus entra na cidade de Naim e se depara com um
cortejo fúnebre. Uma mulher viúva está sepultando o seu único filho. O texto
diz que Jesus se compadeceu dela e por isso tocou o menino ressuscitando-o e o
restituiu à sua mãe.
Sei
que a compaixão não é um sentimento exclusivo de nós cristãos, mas entendo deva
ser inerente. Qualquer pessoa no mundo pode se compadecer de seu próximo e também existem
pessoas que não tem compaixão alguma. No mundo posso encontrar gente de compaixão e
gente indiferente, mas entre nós, corpo de Cristo, a compaixão não pode faltar.
Vivemos
num mundo de indiferença e individualidade. O mundo pode ser assim, mas nós não
podemos ser assim.
Fiquei
pensando no sentimento de Jesus. Ele se compadeceu porque era uma mulher viúva,
ou seja, já havia sepultado o marido, e agora sepultava o seu filho único. A
vida é dura. Pessoas sofrem todo dia em todos os lugares.
Por
conhecer a situação daquela mulher, Jesus se colocou no lugar dela, no lugar de
alguém que não apenas viveria na solidão, mas na solidão somada à memória da
perda de seu marido e seu filho.
Quem
conhece se compadece.
O problema é que não temos tempo pra nos envolver com o
problema de ninguém. Não quero dizer que esta seja uma regra, sei que tem gente
que não se importa com ninguém, mesmo conhecendo a dor de seu próximo. Mas
falando de gente que tem Deus dentro de si, falando de gente sensível ao que
acontece ao seu redor, acho que posso estar certo.
Precisamos
nos dispor a conhecer, a entrar na vida das pessoas, a penetrar o raio de ação,
sentir o coração de quem sofre. No PAM deste semestre, ouvi uma frase do Ziel
Machado que tem tudo a ver com isso:
“Pastorear
é habitar a dor alheia”
Sabemos
o que é fazer o bem, só resta saber se fazemos porque é nosso papel fazer o
bem, ou porque nos sentimos movidos a fazer o bem.
Jesus
entrou na nossa vida, entrou no nosso mundo, viveu a nossa realidade. Jesus habita
em nós, conhece tudo dentro de nós, sabe bem o que passamos. Ele se dispôs, ele
se humilhou.
Disponhamo-nos a habitar a dor alheia, compadeçamo-nos de quem
está ao nosso redor. Sejamos Igreja, sejamos o corpo cuja cabeça é Jesus. O que
ele pensa e sente, pensemos nós e sintamos nós.
quarta-feira, 6 de março de 2013
O Remetente e o Destinatário
Não há nada mais “Mr Bean” do que enviar um cartão postal para si
próprio e ficar feliz por ter recebido. Deve ser engraçado você fazer uma
lista de elogios e de palavras de incentivo a você mesmo e enviar para o seu
próprio email, e depois mostrar para os amigos o elogio que foi recebido como
se não tivesse sido feito por você mesmo. Pior ainda será se você chorar e se
emocionar por ter recebido a carta ou o email, sentindo-se tocado pelas
palavras lindas que foram escritas, como se não fosse tudo feito por você
mesmo! Seria tão tolo quanto ridículo.
Jesus contou uma parábola interessante sobre o fariseu e o
publicano, e disse:
Lucas 18.10 Dois homens subiram ao
templo com o propósito de orar: um fariseu e o outro, publicano. 11 O fariseu, posto em pé, orava de si
para si mesmo desta forma: Ó Deus, graças te dou porque não sou como os demais
homens, roubadores, injustos e adúlteros, nem ainda como este publicano.
O fariseu orava de si para si mesmo
O fariseu orava “de si para si mesmo”. Não havia comunicação com
Deus, havia uma coincidência, o remetente e o destinatário eram a mesma pessoa.
Um certo orgulho, uma certa prepotência e autossuficiência estavam
expressas ali naquela oração.
Olhamos pra essa parábola e achamos que o fariseu em questão agia
com hipocrisia, porém isso é muito comum nos dias de hoje.
Muitas músicas hoje fazem as mesmas afirmações, somos gente que
canta de si para si mesma o tempo todo. Eu já fiz isso, confesso, perdão
Senhor...
Hoje penso em tudo que canto. Coisas tipo “Eu sou vencedor”,
“Vou conquistar”, “Vou avançar”, “Deus vai fazer isso ou aquilo por mim”, “Sou
importante para Deus”, “Meu testemunho vai impactar o mundo”, me soam como uma
música de autoajuda, e não um momento de louvor.
Costumamos chamar isso de louvor, mas o que deveria ser algo vertical,
ou seja, de nós para o nosso Deus, na verdade é horizontal, do homem para outro
homem, e na maioria das vezes confundindo o remetente com o destinatário, de si
para si mesmo.
Entendo que às vezes cantamos versos das profecias de Deus a
Israel, e nos enxergamos ali, compreendo que ao cantar o que Deus faz por nós
exaltamos seu poder realizador.
Há canções muito lindas que contém testemunhos pessoais que
glorificam a Deus. Mas é preciso reconhecer que muitas vezes cantamos que Deus
faz coisas que ele não faz, sem saber se ele vai fazer, ou cantamos coisas que
ele diz e que na verdade não disse, ou seja, mandamos a carta para o nosso
próprio endereço. Colocamos na boca de Deus o que gostaríamos que estivesse lá.
Na verdade canta-se de si para si mesmo. Vitórias e triunfos que emocionam,
fazem chorar e levam o povo a uma catarse coletiva, mas Deus é apenas um
espectador externo, nada chega a ele. Sai da boca do homem para o coração do
próprio homem.
Tudo bem, de vez em quando, uma musica ou outra, vá lá, mas o
tempo todo...
Valei-me Paulinho da Viola...
“Tá legal, eu aceito o argumento...
Mas não me altere o samba tanto assim
Olha que a rapaziada tá sentindo a falta
De um cavaco, de um pandeiro e de um tamborim...”
Não faça do momento de exaltação a Deus, apenas um momento de
ativação motivacional para você mesmo.
E quanto às profecias? A mesma coisa.
Fundamentalmente quem profetiza fala algo que vem de Deus para o
homem. O profeta recebe algo que não é dele, não partiu dele, ele é apenas o
mensageiro. O pregador prega o que leu e aprendeu de Deus, na palavra de Deus e
nas experiências de vida proporcionadas e guiadas por Deus.
Hoje o mais comum é ouvir palavras de ordem como “Profetize”, ou
seja “fale o que você quer, que Deus vai fazer por você”.
Vemos na Bíblia profetas que receberam algo de Deus e resistiram
em falar. Hoje o homem quer profetizar o que quer e Deus precisa resisti-lo
Quem manda em quem? Deus manda e o homem profetiza? Ou o homem
profetiza o que quer, e Deus o obedece?
O remetente e o destinatário infelizmente em muitas situações têm
sido a mesma pessoa. Pessoas são ensinadas a profetizar para si mesmas, ou
virar para o irmão ao lado e profetizar o que quiser. O pior é que se
emocionam, choram, eu já fiz isso!!! Deus do céu! Não foi Deus, foi o homem!!
Se pudermos profetizar o que quisermos e assim obrigar Deus a
realizar o que profetizamos, então qual a razão de se ter um Senhor?
Os servos já dão conta do recado. Vamos dar férias para Deus!
O que me entristece é ver uma multidão de feridos e decepcionados
contra Deus. Cantaram, profetizaram e creram, e Deus não estava lá. Estão
decepcionados contra Deus que não tem nada a ver com isso. Oraram de si para si
mesmos. Cantaram de si para si mesmos, profetizaram de si para si mesmos, e
Deus que estava de fora leva toda a culpa.
Acho mais honesto e bonito dizer ao meu irmão que desejo que ele
seja bem sucedido, que oro e torço por ele, que creio que seja possível um
milagre, do que dizer que estou profetizando o que Deus não me mandou
profetizar, do que afirmar que vai acontecer o que Deus não disse que vai
acontecer. É injusto. É brincar com coisa séria. É usar a boa fé de quem passa
por problemas.
O pior é que quando uma profecia não se cumpre, a culpa é sempre
de quem ouviu e não teve fé, nunca do profeta inconsequente que profetizou o
que não veio de Deus.
Creio que homens falam por Deus, ele já falou comigo através de
muitos.Creio que posso cantar o que Deus faz, cantamos nossa história e
isso também glorifica a Deus.
O que eu não entendo é essa gigantesca movimentação nas agências
dos Correios sem que Deus receba e nem envie uma só correspondência.
sábado, 23 de fevereiro de 2013
O Paulo, o João e eu.
Esta
semana participei do programa de entrevistas “Meia Hora” com João Alexandre na
Koinonia on line, um momento especial pra mim, depois de um programa muito
agradável, ainda tive a grata surpresa de conhecer o Paulo César (Logos) no
final.
O
João e o Paulo fizeram parte da minha iniciação musical. O João pela sua
história como cantor e compositor, seja na carreira solo ou com o grupo
Pescador, ou Milad, ou VPC. O Paulo por tudo que fez com o Elo e depois com o
Logos.
A
música é uma linguagem universal, sons e palavras nos emocionam e marcam
momentos da nossa vida. Quando ouço antigas canções me sinto transportado no
tempo. A canção me faz lembrar de onde eu estava quando a ouvi, traz de volta
os sentimentos que na época sentia, as pessoas que estavam ao meu redor, a
canção traz de volta os mesmos sonhos da época, a mesma inocência juvenil, o cheiro
do local e a emoção que impulsionava o coração.
Nenhuma
lembrança que guardo da vida na memória pode ser tão bem revisitada como no
momento em que ouço a trilha sonora que a embalou. Pra mim, a música encurta o
tempo que passou tornando-nos jovens de novo, nos inspira a mergulhar no sonho
do seu universo como faz uma criança, e eterniza momentos do coração como se fôssemos
imortais. É uma dádiva de Deus ao homem. A melodia, a harmonia e o ritmo estão
em todos os cantos da natureza, a poesia está no coração e na boca do homem e a
inspiração está no seu íntimo onde o Espírito de Deus o ensina.
Encontrar
esses dois caras me fez viajar no tempo como um Marty McFly na máquina de Emmett
Brown em “De volta para o Futuro” do século 21. Foi como encontrar pela
primeira vez pessoas íntimas que viveram comigo toda a adolescência e juventude
através do meu velho Stereo System CCE.
Cada
LP de VPC, MIlad, Elo, Logos, Som Maior, cada composição do João, do Paulo, do
Guilherme Kerr, do Bomilcar, do Sérgio Pimenta, do Janires, cada entonação da
voz de cada um deles, do Jorge Camargo, da Cíntia e da Sílvia, enfim, todo este
universo, fez parte da atmosfera do meu crescimento.
Se
eu sou saudosista? Quem não é?
O
moderno pra mim hoje, será saudade pra mim amanhã. Como bem escreveu Belchior,
e muito bem cantou Elis:
“Nossos ídolos ainda
são os mesmos
E as aparências não
enganam não
Você diz que depois
deles não apareceu mais ninguém”
É
assim que eu sinto.
Tem
muita gente fazendo muita coisa boa na música hoje. Tem muita gente compondo
ainda com poesia e consciência, mesmo no nosso universo musical tão carente de
reflexão e teologia. Esses heróis da resistência com certeza fazem parte de uma
linhagem nascida talvez na sinceridade e temor do rei Davi, e que passou por
estes meus mestres, destacando que ainda estão na ativa e bem ativos. Agora me
sinto desafiado e por eles encorajado a fazer parte dessa gente. Gente boa de
coração. Deus me ajude todo dia.
Alguém
pode pensar que eu seja contra toda e qualquer manifestação musical dos dias de
hoje, absolutamente não. Eu me sinto um garimpeiro na margem do rio procurando
brincos para os ouvidos e não só para as orelhas, e tenho ouvido muita coisa
legal, mas eu não sou crítico, apenas observador.
Não
sou o saudosista que se fecha para o mundo de hoje, só não quero ser de um mundo
hoje que não tem saudade de sua bela história. A história me faz entender de
onde foi que eu vim, me faz ver os acertos do passado pra que eu seja sábio em reproduzi-los,
e me aponta os erros cometidos pra que eu nunca os repita.
Esses
personagens da minha história me ensinaram muito à distância, e hoje, aos
poucos, a história corre no tempo e me alcança pra minha cura. Pensava eu que
havia perdido muito tempo, mas “se penso, logo existo”, então ainda vivo pra
pensar tudo de novo. Que bom.
Agradeço
a vida por estas oportunidades, e agradeço a Deus pela graça que me deu a vida.
Confira - http://www.koinoniaonline.net/meiahora/meiahora_19.htm
quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013
Ainda há tempo
"Os meus pais sempre pareceram ter a mesma idade,
sempre os olhei e aparentavam ser imutáveis até que de repente, não sei por
que, notei que envelheceram."
"Os meus filhos sempre pareceram pequenos sempre com o mesmo jeitinho infantil e indefeso, até que de repente, não sei como, percebi que cresceram."
"Sempre me senti o mesmo, do mesmo jeito, imutável, insistentemente jovem até que de repente, numa investida esportiva qualquer, percebi que o tempo tinha me feito mais velho."
Essas frases fazem parte do nosso envelhecimento, e
as ouvimos sempre. Engraçado, o tempo e sua relatividade.
Isso me fez pensar que só começo a perceber o efeito do tempo no dia em que
começo a ter consideração pelo que me cerca.
Não sou filósofo, e sei que nem tudo acontece da mesma forma pra todo mundo, mas no meu caso que vivi uma história de correria desvairada, de trabalho insano, foi bem assim. Coisas e pessoas pareciam não envelhecer porque eu não me importava com elas, simplesmente não faziam parte das minhas preocupações, quando percebi que realmente eram importantes, elas simplesmente se foram.
Não sou filósofo, e sei que nem tudo acontece da mesma forma pra todo mundo, mas no meu caso que vivi uma história de correria desvairada, de trabalho insano, foi bem assim. Coisas e pessoas pareciam não envelhecer porque eu não me importava com elas, simplesmente não faziam parte das minhas preocupações, quando percebi que realmente eram importantes, elas simplesmente se foram.
Eu penso que enquanto aquilo que eu vejo não fizer
parte do meu mundo, não fizer parte dos meus interesses, sempre me parecerá
imutável, falsamente eterno, até eu mesmo.
Corremos como loucos pra ter muito na vida e
perdemos o melhor da vida que deveria ser muito pra nós.
Eu pensei: “Me preocupo com todas as coisas que
sempre existirão e sempre terei tempo pra elas, enquanto as que realmente
importam passam sem que eu perceba.”
Isso é verdade, você se preocupa com o comércio que sempre estará aí, com a sua profissão que existia antes de você e continuará a existir depois da sua partida. Você se preocupa com o dinheiro que sempre existiu e sempre existirá. Você se preocupa com a sua carreira, com o consumo, com a ilusão das coisas que nunca deixarão de existir, você sempre terá tempo pra elas, enquanto aquelas que passam, e nunca mais voltarão, ficam congeladas no tempo do universo do seu desprezo.
Aquilo que não me importa, parece que sempre estará lá, imutável, do mesmo jeito, quando enfim acordo e vejo que é importante, e descubro que posso perdê-lo, aí então parece que o tempo decide correr da noite para o dia tudo que não correu antes. Pura ilusão temporal. São os fantasmas da aceleração do tempo que me atormentam, e trazem com eles a tristeza de ter passado por tudo que não percebi que vivi. Parece que pra compensar o tempo do descaso que vivi, o próprio tempo acelera e passa rápido me punindo, pois agora decidi me importar.
O tempo vai passar sempre, é impossível detê-lo,
pena que só percebo que passou, quando se foi. Todas as coisas na nossa vida
passarão, podemos escolher se queremos passar cada segundo com elas ou apenas
perdê-las da noite para o dia como se passassem num piscar de olhos. A vida
passa e precisamos passar por ela junto das coisas que Deus nos deu, e que
realmente importam.
Bom é passar o tempo passando por tudo que o tempo
me dá a dádiva de passar. Bom é passar o tempo cuidando de tudo que Deus me dá
a dádiva de cuidar, meu lar, minha família, meus filhos, meu ministério, e inclusive
de mim mesmo.
Só tenho hoje pra viver o hoje. Mesmo que eu não perceba, já vivi o ontem, e se não acordar, nem vou notar quando viver o amanhã.
Nunca seremos mais nem menos por ter o que mundo diz que precisamos ter, mas seremos com certeza mais felizes se vivermos a vida da maneira que Deus desejou que vivêssemos.
Nunca permita que o tempo passe sem que você perceba que ele está passando pra tudo que é importante pra você, sem que você passe tudo que Deus te deu junto com ele.
Só tenho hoje pra viver o hoje. Mesmo que eu não perceba, já vivi o ontem, e se não acordar, nem vou notar quando viver o amanhã.
Nunca seremos mais nem menos por ter o que mundo diz que precisamos ter, mas seremos com certeza mais felizes se vivermos a vida da maneira que Deus desejou que vivêssemos.
Nunca permita que o tempo passe sem que você perceba que ele está passando pra tudo que é importante pra você, sem que você passe tudo que Deus te deu junto com ele.
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